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Sempre achei o máximo estas caixinhas!
E agora? É o pensamento que tenho com mais frequencia?
E agora o que devo fazer?
Por onde devo ir?
Sigo um caminho igual ao que conheço ou tento encontrar um novo caminho?
Procuro um sinal luminoso a piscar que de alguma forma me indique o que fazer. Mas para quem anda na busca já há algum tempo sabe que os sinais são subtis e quase impercetiveis.
Aliás... Parece-me que o tal sinal luminoso a piscar é mesmo o despedimento...
E agora? O que eu escolho fazer com esta situação?
Pois é... Algumas coisas aconteceram por aqui...
Fico espantada comigo própria... porque ao olhar para trás vejo que trabalhei muito para conseguir mudar a minha consciência para um patamar mais elevado... e sinto que de alguma forma consegui atingir esse objectivo.
Na sexta-feira passada fui despedida. Alegam que com toda esta situação gerada pela pandemia, que aliada ao facto de as coisas já não estarem famosas desde o inicio do ano, que não têm condições em continuar a apostar nos projectos a que tinha sido alocada, pelo que iriam dispensar os meus serviços no final do ano. Largaram a bomba, despediram-se e pediram para esperar que os recursos humanos entrassem em contacto.
No momento fiquei sem ar... É claro que custa receber uma noticia destas... afinal foram 18 anos da minha vida associada a esta empresa. Mas analisando friamente esta situação... aquilo que me prendia a este trabalho era o salário ao fim do mês... É estranho aquilo que estou a sentir... sinto que fui liberta ao fim de 18 anos de prisão... e que agora, finalmente, posso escolher seguir pelo caminho que eu quiser.
Parece-me que o mais difícil vai ser lidar com a minha família. As conversas vão todas dar ao mesmo sitio como se fosse o fim do mundo... começa também a pressão para que arranje um trabalho igual e nos mesmo moldes daquele em que ainda não saí...
Muito honestamente, não sei se quero seguir por aí... os meus interesses mudaram muito nestes últimos 18 anos. Compreendi e aprendi tanta coisa que só de pensar em me meter numa situação igual me dá calafrios e apertos no coração.
O meu maior medo é o de não conseguir seguir pelo meu caminho, aquele que faz cantar o meu coração... ou pior... o de não conseguir perceber o que é que o meu coração está a cantar e fazer alguma escolha errada... bem... agora que escrevo... percebo que aquilo que tenho medo é de ter de ouvir alguém a dizer : "Eu avisei-te"... e por isso todas as situações pelas quais tiver de passar são como uma espécie de castigo por não ter feito aquilo que queriam que eu fizesse...
O Principezinho acordou com pesadelos e veio para o meio de nós durante a noite. Ontem oferecemos-lhe uns óculos de natação e têm servido de mote para brincadeiras e dar asas à sua imaginação.
A Princesa já se arrasta com as tarefas escolares e as aulas síncronas. Hoje de manhã ela e vários colegas riam porque estavam todos de pijama e deitados na cama a assistir à aula de música!
Vantagens do teletrabalho é conseguir adiantar o jantar à hora do almoço.
O Pai, que felizmente agora trabalha perto de casa e sai pelas 17h30... e quem sabe hoje ainda vamos conseguir dar um mergulho na praia!
Uma quinta. Horta e jardim. Um dos meus sonhos. De momento não sendo possivel, consegui transformar a varanda num espaço com algum verde. Num jardim de verdade ainda apostava num abrigo para passaros e noutro abrigo para abelhas. Na Net, andam por ai sugestões tão giras!
Sim, de inicio tive algum receio da nova realidade e do que estava a vir por aí... mas hoje sinto-me cheia de vontade de continuar e de seguir em frente...
A bênção de poder estar a trabalhar em casa rodeada dos meus filhos tem sido muito gratificante. Quantas vezes eu pensava de como seria maravilhoso poder assistir na primeira fila ao seu crescimento.
Aquilo que de momento noto é que eles não estão habituados ao tédio... ao não ter nada para fazer... e pior... não ter ninguém a lhes dizer o que devem fazer... desde nós Pais, professores, TV ou vídeos do Youtube... não estão habituados a usar a imaginação... digamos que estamos a criar pequenos zoombies... isto assusta-me de verdade...
A internet, pelo menos durante o dia, está limitada para uso de trabalho ou de escola... o que por vezes nem sempre é fácil... porque querem ver vídeos... jogar... e como não deixo... lá vem uma birra... confesso que às vezes estou tentada a ceder quando preciso de me concentrar para acabar um trabalho...
Leio também que imensos Pais andam a desesperar porque os filhos não querem fazer nada para a escola... mas por aqui, sei que cada um de nós está a fazer o melhor que pode.
Ele está na pré, por isso não insisto. Se quer participar nas aulas da educadora tudo bem... se não está para aí virado... tudo bem na mesma. Aqui por casa, vamos ouvindo historias e trabalhando ao seu ritmo. Não estou interessada em que ele vá para o primeiro ano já a saber ler e escrever... nem que acumule anos porque já sabe tudo. Tudo a seu tempo e ao ritmo dele. Já ela está do melhor. Surpreendida pela positiva. 6º ano. Faz tudo o que tem para fazer e cumpre os prazos. Sei que com mais calma poderia fazer trabalhos ainda melhores. Mas sei que ela está a fazer o melhor que sabe e consegue. Por isso não chateio.
Para nós o que está mesmo pior é a actividade física... Num prédio é muito fácil ir ficando deitados em cima do sofá sem vontade nenhuma de nos mexer... portanto noto que é algo em que estamos a precisar de nos disciplinar. Dava jeito um quintal!!!
Não me lembro se já comentei... mas estou a adorar estar a trabalhar em casa. Por aqui o maior desafio tem sido por ter os miúdos também sentados ao meu lado com as aulas virtuais. Preciso de dividir a atenção e a concentração dispersa-se um bocadinho. Mas ontem tive uma boa experiência. Planei as actividades do mais novo e organizei as da mais velha. As minhas também fiz uma listinha para me orientar. E o dia até correu bem e foi produtivo. Um pequeno truque foi não querer fazer tudo ao mesmo tempo. Quando ele esteve a fazer as actividades, estive a 100% com ele. Correu bem e ficámos os dois com a sensação de dever cumprido. Ela como está no 6º ano, já é um bocadinho mais autónoma. Precisou de um bocadinho de mais atenção para perceber como funcionava o Classroom, plataforma escolhida pela escola. Foi bom. Sinto que estamos no bom caminho. Acredito que para a semana já vamos ter alguma estabilidade e acima de tudo produtividade.
Reaprender a dar valor. A mim. Ao que faço. Ao que sou. Perceber que ando iludida. De olhos fechados para o mundo. As vezes dói. Outras vezes faz sorrir. Não importa. Valorizar o meu ser. A minha essência. Ando iludida à procura de super heróis. De mundos fantásticos. E hoje percebi que basta viver para sermos super heróis. Que aquilo que faz de nós sermos super e fantásticos é a forma como agimos perante cada dificuldade. Que não é sempre tudo maravilhoso. Que ser super herói é escolhermos um caminho. Cairmos. Ficarmos magoados. Muito magoados. Mas depois, curar as feridas e recomeçar, continuar. E isso é maravilhoso. Ser sempre a nossa melhor versão.
Tenho uma obsessão... que tenho de estar sempre a fazer alguma coisa, porque senão não vale a pena... não valho a pena... E nos últimos anos, vejo que fui sendo obrigada a abrandar. A parar. A procurar dentro de mim. Estes últimos dias têm sido assim. Lentos. Confesso que ainda há uma vozinha interior que me sussurra ao ouvido vezes sem conta. "Não podes parar. Não podes parar ". Mas está tudo bem. É só isso que quero fazer agora. Parar e respirar. Somente respirar.
Por vezes é muito importante dar dois passos atrás. Não faz mal. Aproveitar. E foi o que ontem aconteceu. Tive de dar uns passos atrás e deixar sair o que estava a me sufocar. Tenho tentado demonstrar que está tudo bem e que sou super forte. Mas não faz mal sentir medo. Não temos de ser sempre fortes. Agora voltar a sacudir a poeira da roupa e seguir em frente!
Para onde devo ir? Qual o caminho que devo escolher? Quando não se sentes ligado a nada o que deves fazer? Quando te se sentes excluído, o que deves sentir? O que podes fazer para ultrapassar este momento... Dizem que tudo o que te incomoda no exterior é o teu reflexo interior... Então sou eu que me excluo de mim própria... como consigo que seja tudo diferente... sinto-me presa... e não estou a conseguir elaborar um plano para me libertar. Já não sei quem sou... há muito tempo... e há muito tempo que finjo que está tudo bem... Mas não é verdade... sinto-me tão sozinha. Não me reconheço e o pior de tudo não me apetece lutar. Porque de alguma forma lutar não é o caminho. Ouvi várias vezes o conselho de deixar fluir. Mas eu não sei como é que isso se faz. Sinto a tanto tempo a minha suspensa... que estou com medo de não conseguir me voltar a encontrar. Escreve, escreve... são também outros conselhos que recebi. Mas escrevo sobre o que... já não quero escrever mais a queixar-me... quero sentir-me em paz e feliz. só isso... mas preciso urgentemente de me encontrar... sinto que não vou conseguir fingir que está tudo bem por muito mais tempo....quero sentir-me útil. quero sentir-me parte de alguma coisa. quero sentir que estou a contribuir por um mundo melhor. e isto não está a ser fácil. vejo tanta gente empreendedora, que vira as vidas do avesso e seguem os seus sonhos... mas eu nem sequer sei quais são os meus sonhos. está algo aqui dentro de mim que ainda não consegui desbloquear. e eu não sei por onde me virar...
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