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Sempre achei o máximo estas caixinhas!
Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta.
O meu navio naufragou. Eu Princesa do Reino da Alegria, estava ali… sozinha, sem roupa e o pior de tudo… sem me lembrar de nada. Hoje quando olho para essa situação, consigo rir, mas na altura estava completamente confusa e cheia de medo. Acordei na praia. A minha roupa estava desfeita e à minha volta só existia escombros, lixo, areia e mar…
Sentei-me. Não conseguia recordar como tinha ido ali parar. Nem de onde tinha vindo. Era como se estivesse com todas as minhas memórias apagadas. Estava completamente perdida, porque não sabia o que fazer nem para onde ir. Chorei. Chorei muito. Só queria desaparecer. Nada fazia sentido. Chorei tanto que esgotei a minha energia, fiquei exausta e adormeci.
Umas horas depois, voltei a acordar. Olhei de novo em volta, mas desta vez reconheci a praia e o aspeto de destruição à minha volta. No entanto, algo dentro de mim, estava diferente. Era como se as lagrimas tivessem dissolvido um nó dentro de mim. Continuava confusa em relação a todos os acontecimentos. Mas naquele momento, decidi que estava com frio e que tinha de fazer algo em relação a isso. Eu ansiava por sentir o meu corpo aquecido. Então levantei-me e comecei a olhar para o lixo, com novos olhos. Aquilo era um novo mundo cheio de possibilidades. Reparei então que existia peças de roupa e tecidos espalhados ao longo da praia. E senti-me cheia de sorte. Não estavam a brilhar, as rendas estragadas, mas isso não interessava. Vesti umas calças largas que apertei com uma corda, uma camisola com alguns buracos que aconcheguei com um casaco com outros buracos. Felizmente os buracos estavam em sítios diferentes e senti-me feliz. Juntei alguns pedaços de madeira e com esforço e imaginação consegui acender fogo. Lembrei-me que tinha visto a minha avó fazer aquele ritual do fogo inúmeras vezes e que me fascinava. Quando olhei em volta, agora mais confortável e quente senti que estava com fome e vi a minha volta existia arvores com fruta e um riacho com água doce, e senti-me abençoada. Afinal tudo o que precisava ia se materializando… ou será que era o meu olhar, a minha linha de visão que se alterava… e a magia continuou a materializar-se pois um barco surgiu no horizonte…
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